sábado, 17 de dezembro de 2011

Para os que tem o campo na alma

A grito e cusco, trago a eguada pra mangueira
Quebro o sereno nas patas do meu rosilho,
Volteada certa nas manhas desta fronteira
Pingos em forma esperando seus destinos.

Buçal, cabresto, olhar firme, chapéu tapeado
O capataz escolhe “o trote” de sua confiança
Campeiro antigo, destes que entende um cavalo
De doma, campo, e qualquer lida da estância.

Com o sol por diante recorrendo às invernadas
Revisando o gado neste meu mundo de Deus
Quem tem na alma e faz do campo sua estrada
Sabe onde pisa e valoriza onde nasceu.

Com o sol caindo e a estância pela frente
O serviço feito e uma sede pra um mate
Termina o dia de mais um homem valente
Ao pé do fogo, no aconchego do seu catre.

Jorge Abreu
Lua cheia, dezembro de 2011.
Alegrete - RS


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